Caros Colegas.
Denuncio por suspeição a manutenção da ANABB como representante dos participantes do Plano de Benefícios nº. 1, da Previ, em quaisquer circunstâncias.
- Na questão da distribuição do Superávit, assim como em outras do gênero, o Banco do Brasil e a Previ não podem simplesmente aceitar ingerência de grupos ou pessoas que se dizem representantes dos assistidos, ainda mais em se tratando de facções que não contemplam a simpatia dos que dizem defender e que só emergem em época de vacas gordas.
- Na mediação de conflitos de interesses o mais sensato é nomear quem não tenha compromissos declarados nos negócios das partes envolvidas, o que, lamentavelmente, não está sendo respeitado no caso presente.
- Neste momento, a Entidade denunciada sabidamente não conta com a simpatia da maioria dos seus associados, havendo, até, um razoável número em processo de exclusão voluntária.
- Isto se dá por conta de sua inércia na condução de assuntos interessantes (a recente troca de advogados é um exemplo de decisão mal explicada) e pela dubiedade de comportamento nos conflitos envolvendo o Banco do Brasil. Muito embora este pormenor seja explicado pela composição de seus estatutos, onde está patente que tem como prerrogativa comportamental a defesa dos interesses do Banco (Capítulo I, Art. 2º - I), ficando seus associados prejudicados no caso de mediação entre essas duas partes o que, por si só, já seria motivo fundamental para consumação do impedimento proposto.
- Também, na atual conjuntura, a ANABB pode ser classificada como uma organização multifacetada, atuando em frentes que a elevam à categoria de grupo empresarial (ANABBPrev, COOPAnabb, OdontoANABB), desviando destarte o foco dos motivos da sua criação, em detrimento da categoria que se propôs representar. Além do mais, ela cobra uma das mais altas mensalidades do gênero, o que lhe proporciona o acúmulo de invejável patrimônio e resultados financeiros superavitários, muito embora esteja protegida sob a capa de ONG, mas que, pela obviedade dos números, não estaria isenta de censura se examinada por uma séria auditoria independente.
- Nesta particularidade, tanto o Banco do Brasil quanto a Previ deveriam ser mais ciosos nos relacionamentos com grupos estranhos aos seus quadros. Isto porque estão aceitando como parceiro um concorrente em potencial, que vende produtos comuns (ANABBPrev). E o pior, valendo-se de prerrogativas a ele conferidas e contando como colaboradores elementos da cúpula de Entidades subvencionadas pelo Banco. Pessoas estas detentoras de informações privilegiadas, pela posição ocupada.
- A ANABB, valendo-se de sua estrutura de comunicação e seu potencial financeiro, avança em sua meta de ocupação de órgãos assistenciais e de apoio aos funcionários do Banco (ativos e inativos), elegendo pessoas para ocupar postos-chave na direção da Previ e da Cassi, principalmente, e nas associações que portam o sufixo BB em suas siglas. Influenciando, também e negativamente, nos resultados de plebiscitos, enquetes e referendos no âmbito dos associados, carreando para seu lado os resultados obtidos.
- Também, e aqui repousa a mais significativa agravante impeditiva, a manutenção de integrantes da Diretoria da Previ está presente tanto na ANABB quanto em empresas associadas ao seu nome. Vale lembrar que essas duas correntes, na hora de decidir, logicamente se unirão em um voto comum – contra o lado oposto - visto que esses postos ocupados paralelamente comprometem a imparcialidade de avaliação. O que torna a disputa desigual e vergonhosa numa votação a três, pois vira contenda de dois contra um que, por sua vez, chega a 3 contra um ao final, juntando-se o voto de minerva - a favor do Banco, lógico.
- Em última análise, consiste em um cabo-de-guerra de quatro cordas onde os participantes do Plano 1 seguram uma ponta em oposição às outras três, unidas, todas ocupadas por robustos contendores. Isto é, no mínimo, desproporcional e parcial.
- O mesmo raciocínio vale para a manutenção da parceria com outras entidades e pessoas que mantêm algumas das características acima. E que se somam à vinculação declarada com a Contraf-Cut, visto que esta, como representante máxima do PT, por seu lado defende os interesses do Banco do Brasil como instrumento do Governo, dito dos trabalhadores – não dos aposentados, pelo que se depreende da visão dos atuais acontecimentos.
- E aí? Ficamos sem representantes?
- Absolutamente não!
- Em conflito entre irmãos o mais indicado é chamar um terceiro, mais velho, para mediar a disputa. Por ser da família ele conhece os problemas envolvidos – e é o mais sábio dos três.
- Deste modo, para sentar à mesa de negociações proponho a nomeação de um grupo de notáveis descompromissados - composto por aposentados e pensionistas conhecedores das normas que regem essas três forças - compostas pelo Banco do Brasil, a Previ e os Participantes.
- Investidos nessa condição e calcados na experiência vivenciada, seriam portadores de poderes incontestes para bem decidir por seus representados, pois, em última análise, estariam defendendo seus próprios interesses, que são os de todos nós, aposentados e pensionistas do Plano de Benefícios nº. 1, da Previ, mantendo o respeito aos direitos de todos.
Marcos Cordeiro de Andrade.
Curitiba, 06 de novembro de 2009.