Caros Colegas.
Curitiba me amedronta. No início do ano investi alguns trocados na idéia do meu filho e mandei colocar um cardoor no seu automóvel, um Corsa 98, único veiculo da família. Essa propaganda ambulante da AAPPREVI foi divulgada aqui no Blog e passou a circular pela Cidade no trajeto obrigatório levando o Marcos Júnior ao trabalho diariamente. E aonde quer que fôssemos - meu filho, minha mulher e eu - em minhas rápidas e esporádicas escapulidas do refúgio à frente do computador.
Esse pequeno herói bebedor de óleo, cujo motor pede retífica desde que nos trouxe do Rio na viagem da mudança, passou a ser olhado com curiosidade pela inusitada propaganda que ostentava. E muitas vezes foi abordado pacificamente nas paradas em sinais de trânsito, em estacionamentos e até na porta de casa, onde vivia mais que na própria garagem, para exibir seu enfeitado vidro traseiro.
Essa rotina nos alegrava, pois o Corsinha cumpria o seu papel de propagandista da nossa pequena e querida Associação, que dava os primeiros passos em direção à fama - e à cobiça. Tanto é que ele passou a ser vítima de ameaças dirigidas à sua lataria e ao condutor, meu filho, também nas paradas em sinais de trânsito e quando estacionado.
Depois do episódio da OAB-PR (“Conduta Vergonhosa”, de 08/10) em que uma denúncia anônima nos forçou a retirar do Blog e do Site da AAPPREVI a expressão “ações judiciais gratuitas”, fomos levados a investir pesarosos contra o nosso pequeno e admirável bem terreno por conta da proibição. Logo aqui, no único Estado da Federação onde não há a figura do defensor público não se pode falar em "ação de graça".
Por isso Curitiba não vê mais em suas ruas passar o pequeno Corsa - que garbosamente exibia a propaganda condenada pela inveja dos "concorrentes". Mas as ações judiciais continuam gratuitas para os associados, pois nem mesmo a OAB pode impedir esse benefício (os advogados da AAPPREVI recebem honorários para patrociná-las).
Primeiro despimos o pequeno símbolo do seu orgulhoso enfeite – o reclame da AAPPREVI - pensando descaracterizar seu lindo visual para fugir aos ataques sofridos, mas, como as investidas perduraram mesmo assim, resolvemos aposentá-lo precocemente. Isto porque as ameaças continuaram por telefone fazendo alusão ao Corsa. E depois de muitos sustos entendi que a proteção da minha família carece de cuidados.
O meu filho comprou outro carro, sobrepondo mais uma prestação às que ainda restam do Corsinha, vítima do leasing e dos seus inimigos ocultos. E hoje o nosso pequeno herói esconde-se solitário no fundo do quintal.
Sob um frondoso loureiro, coberto com sua capa de chuva comprada na Casa e Vídeo, nos tempos em que morávamos no Rio, nós o veneramos todos os dias fazendo seu coraçãozinho pulsar ligando a ignição. E a AAPPREVI, que deve a ele um pouco do crescimento, perdeu seu mais eficiente divulgador ambulante, condenado a trocar de mãos por causa da inveja e da cobiça de concorrentes mesquinhos, desleais e incompetentes, amparados por uma OAB que aceita denúncia anônima para mexer com quem está quieto, mas que não agiu quando a "passageira" do Corsinha assinou pedido de ajuda aos seus associados - participantes da PREVI.
Que o Deus da sucata salve o nosso Corsa, quem sabe com uma pequena dose de superávit – remédio milagroso para os males dos aposentados – como eu e o pequeno herói de aço.
Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR) – 30/10/2010.