Eu, eremita

Caros Colegas,

Quando assumi cargo comissionado escolhido em concorrência disputada, na Agência em Piancó (PB) em 1970, (Cidade com a má e desmerecida fama de acoitar bandidos, à época) durante a entrevista de apresentação ao Gerente Abenor Sanches, entre outras perguntas de praxe ele indagou: “Você tem arma?” e, diante da negativa tirou um revólver da gaveta de sua escrivaninha e disse: “Use na cintura com o cabo à mostra sempre que sair à rua e até que seja conhecido, senão vai levar tapa na cara ao dobrar a primeira esquina, como teste de sua valentia, pois, aqui, “estrangeiro” desarmado pode dar a entender que é muito macho.”

Durante toda minha vida essa foi a única época em que mantive arma de fogo perto de mim, porque sempre fui avesso à violência, embora tenha recorrido ao aprendizado da arte de defesa pessoal, que me valeu levar alguns sopapos e distribuir outros. Mas hoje sou aconselhado a rever meus conceitos de autodefesa, em virtude das ameaças que venho sofrendo. E, para não ceder aos aconselhamentos, tornei-me eremita.

Já não freqüento lugares públicos, não saio à rua, não recebo visitas (exceções feitas ao amigo Gilvan Rebouças e ao Dr. Tadeu), e gasto dinheiro com seguranças para guardar minha casa e minha família. Tudo por conta da covardia de “anônimos” que me azucrinam a vida nas ondas da Internet, levando-me a temer o que possam fazer para extravasar o ódio que nutrem por mim se me encontram por ai. Até porque covardes não atacam frontalmente, e não pretendo ceder às ameaças e parar com o que faço.

Este desabafo serve como explicação do porque não recebo Colegas, sócios ou não da AAPPREVI, mesmo lisonjeado com os pedidos para acolhê-los. O máximo que me permito é atendê-los ao telefone. Graças a Deus não temos parentes aqui no sul do País, pois seria constrangedor ter que explicar nosso isolamento, a troco de alimentar idealismos.

Para reverter essa incômoda situação resolvi recorrer à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática e seguir as orientações devidas. Os contumazes ataques vêm das mesmas pessoas e não é difícil avaliar que suas motivações giram em torno do meu desempenho à frente da AAPPREVI e do Blog Previ Plano 1. É prematuro citar nomes, até para não espantar a “caça”, mas, a continuar esse estado de coisas alguns “anônimos” cedo terão desagradáveis surpresas.

Lamentavelmente a autoridade policial será chamada a agir, para por fim às inconvenientes e escabrosas mensagens como todas que mantenho guardadas, sem divulgá-las, ainda, para não chocar os que lêem o que publico e que em mim acreditam. Mas tudo tem limites.

Não cultuo o terrorismo, umas das mais abjetas e covardes formas de ataque, que não pode se confundir com defesa. Mas, em terra de sapo, de cócoras com ele. Temo que a qualquer noite dessas, saindo de mais um pesadelo, me anime a jogar nomes na Internet. Então, se ocorrer, eles que se expliquem.

Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR), 07 de dezembro de 2011.