Marcos Cordeiro de Andrade
Caros Colegas,
Não faz muito, duas eminências eleitas por nós, para cuidar de nós, tiradas do nosso meio e que pensávamos iguais a nós, vieram a público dizer barbaridades contrárias ao que esperávamos delas. Foi num encontro de muitos outros interessados nos assuntos que nos afligem a que compareceram como convidados para prestar esclarecimentos à “plebe rude” sobre o que fazem, ou não fazem, e o que estão pretendendo fazer em suas alçadas para justificar o voto roubado à lógica com que foram eleitos para cuidar dos destinos da CASSI e da PREVI. Melhor dizendo, para cuidar dos nossos destinos porquanto somos totalmente dependentes dessas duas Caixas, pois atingimos a idade provecta em que a dependência é a tônica que direciona e cuida do nosso resto de vida.
Vejam nas mãos de quem está entregue a nossa saúde. São dois os responsáveis. Um cuida da saúde financeira. Outra, da saúde física.
Falo abertamente do Diretor Marcel Juviniano Barros, da PREVI, e da Diretora Mirian Cleusa Fochi, da CASSI.
Pois bem. Na reunião denominada encontro de Camboriú, havida recentemente nesse lindo balneário, essas duas autoridades tiveram a ousadia de tripudiar da inteligência dos dependentes da PREVI e da CASSI para mandar recados dos seus patrões. E no bojo desses “lembretes” disseram, taxativamente - pela ordem:
Marcel Juviniano Barros - Diretor de Seguridade da Previ, ao discorrer com pífias justificativas pelo não realinhamento do ES em bases minimamente aceitáveis para contemplar expectativas, usou e abusou de falsos percentuais para lançar culpabilidade sobre os velhos assistidos pela PREVI, o fundo que é responsável pelos benefícios previdenciários complementares, pagos com o fruto do que nós poupamos em décadas de contribuições mensais e ininterruptas – no meu caso pessoal mais de 50 anos.
“Não é nada disso” pareceu dizer. Deixando a todos perplexos pelas incoerências registradas na sua fala onde foi evidente o despreparo demonstrado para desenvolvimento do que lhe está afeto, levando ao entendimento de que o seu discurso se presta para justificar aos que o mantêm no posto que, como “garoto de recados”, está no lugar certo. Mas não é de gente assim que carecemos.
Com pompa e circunstância, alegou o ilustre dirigente que o ES chegou ao teto dos limites de concessão porque nós, “os velhinhos trambiqueiros”, assim nominados por um dirigente mor da PREVI, não temos capacidade de solver prestações mais altas do que as atuais, esquecendo que essas mensalidades são descontadas na FOPAG e enquadradas em margem consignável, sem a mínima chance de fabricar inadimplência. Numa tentativa de reforçar a canhestra argumentação, acrescentou que o fundo de quitação por morte (FQM) amarga vultosos prejuízos porque morrem muitos desses velhos sem pagar por empréstimos contraídos. Neste ponto, mais uma vez mostrou desconhecimento do que ocorre em sua pasta: tal seguro tem essa destinação única e é bem remunerado por quem o administra com prêmios cobrados em taxas diferenciadas por faixas etárias, num crescendo escalonamento onde os mais velhos pagam mais, exatamente para neutralizar o risco – alegam.
Mais ainda. No desenrolar do seu discurso cometeu outra impropriedade ao culpar os velhinhos que buscam na justiça reparação de danos materiais impostos aos seus benefícios. Certamente querendo completar o recado dos seus patrões que tentam desestimular esses pleitos (por serem visíveis os sinais de sucesso com causas ganhas pipocando nos Tribunais), fez terrorismo com a falsa argumentação de que em 1187 casos das ações de recálculo da Renda Mensal Inicial (RMI) “93% vão ter seus benefícios diminuídos” numa flagrante demonstração de que fala sem conhecimento de causa, pois, com embasamento na Súmula 288 do TST e no Art. 468 da CLT, está assegurado que, se o cálculo da justiça for menor que o apurado pela PREVI por ocasião da aposentadoria, o judiciário descarta o participante da ação com a finalidade de não prejudicá-lo.
Súmula 288 do TST - COMPLEMENTAÇÃO DOS PROVENTOS DA APOSENTADORIA. “A complementação dos proventos da aposentadoria é regida pelas normas em vigor na data da admissão do empregado, observando-se as alterações posteriores desde que mais favoráveis ao beneficiário do direito.”
Art. 468 da CLT - “Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.”
Mirian Cleusa Fochi - Diretora de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes – da CASSI. Teve sua oportunidade de explicar, sem justificar, o precário e insuficiente atendimento que nos dispensam, dando a entender que a culpa de tudo de ruim que ocorre nesse âmbito é inteiramente nossa – porque nos recusamos a morrer segundo os prognósticos do Plano de Saúde criado para nos dar sobrevida, para combater mazelas que nos dê a longevidade almejada, incoerentemente para eles. Eis sua argumentação:
Declarou com todas as letras que uma das razões principais das dificuldades atuais enfrentadas pela CASSI é “o elevado percentual de pessoas idosas atendidas (23%)”, acrescentando que “nos últimos três anos, a receita cresceu 33%, contudo a despesa aumentou para 57%” - provavelmente por conta do atendimento aos associados que envelheceram mais que o permitido pela lógica da Caixa de Assistência, deduz-se. Nesse ponto, culminou sua explanação recomendando que “todos devem zelar pelo equilíbrio tão necessário para a manutenção do Plano” - talvez insinuando que devamos morrer logo, enquanto há tempo para salvar a CASSI.
E ficamos assim. Ou, melhor dizendo. Continuamos assim – Órfãos.
Apesar de pagar por direitos que nos são negados, continuamos órfãos.
Órfãos da proteção das duas Caixas que criamos e que nos dão as costas por conta dos dirigentes mal postos.
Órfãos das justiças dos homens porque manipuladas por esses e outros homens que delas cuidam.
Órfãos da imposição de honestidade de propósitos que deveria existir e prevalecer entre os que são eleitos para cuidar de dependentes da degradação imposta pela evolução da idade.
Órfãos da sociedade mesquinha que se volta contra quem lhe deu origem.
E órfãos do amor que deveria estar contido no pacote que envolve a compreensão e o respeito que dá dignidade a todo ser humano – privilégio limitado aos escolhidos por Deus.
Leia a Revista Direitos, da AAPPREVI – nº 3:
Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR), 22 de setembro de 2012.
11 comentários:
BOM DIA ; 23/09/2012; QUE TRISTE E REALISTA QUADRO. PARABÉNS MARCOS. NÃO ESPERAVA DESTA GENTE MESMO NENHUMA AJUDA. SÃO DESPREPARADOS E PIOR DES-HUMANOS. E OS OTÁRIOS ( NOSSOS COLEGAS ) RECONDUZIRAM ESTA GENTE INCOMPETENTE PARA GERIR O QUE NOS É MAIS CARO; QUE SERIA A NOSSA RESERVA DE UM FUTURO DE MELHOR QUALIDADE.
QUE TRISTEZA AO LER TUAS VERDADEIRAS EXPLANAÇÕES.
NÃO VEJO PERSPECTIVA NENHUMA DE SOLUÇÃO PARA NOSSAS AGRURAS E FICA QUE CADA UM SE VIRE COMO PUDER.
COMO SEMPRE REALISTA E DESCRENTE DESTA GENTE; AQUI JAMAIS ANÔNIMO; HPN; MATRICULA 3984740-3; Á ESPERA DE QUE ALGUM DIA ACONTEÇA ALGUM MILAGRE QUE DESMANTELE COM TODA ESTA ESTRUTURA FAJUTA QUE FOI MONTADA. NÃO VEJO LUZ NENHUMA NO HORIZONTE.
TRISTE FIM DE SEMANA PARA NÓS ASSOCIADOS. CADA VEZ MAIS DECEPCIONADO .
Comentário de Solonel Campos Drumond Júnior.
Somos diferentes
Solonel Jr.
"Somos diferentes." Realmente, somos diferentes. Aceitamos as mentiras dos dirigentes da CASSI e da PREVI. Elegemos mentirosos para dirigirem a CASSI e a PREVI. E deixamos escapar uma “diferença” que já houve.
Quando entramos no Banco do Brasil, nós, os ora aposentados e muitos dos que ainda se encontram na ativa, tínhamos um plano de saúde realmente diferente.
A bem da verdade, nem deveríamos chamar de “plano de Saúde”, pois tínhamos na verdade uma “assistência à Saúde”.
Mas alguns iluminados colegas, com poder de mando, mandaram ver. Desconstruíram a CASSI (e também a PREVI) de antigamente, e isso com o auxílio de gente lá posta por nós, na esperança e na certeza de bem nos representar.
Só na PREVI, de tantos superávits abocanhados pelo patrão, foi agora reconhecido nosso direito de calculo de acordo com as regras da posse, e não da aposentadoria.
E o que significa isso? Ora, estou aposentado há exatos 125 meses. A cada mês recebo, segundo calculo de um perito, uma diferença a menor de R$ 1.700,00 em números redondos (para baixo).
Isso significa “apenas” uma dívida de PREVI para comigo de algo em torno de R$ 212.500,00. Sem correção. Só para ilustrar.
Agora pensem em quantos colegas aposentaram desde 1997 pra cá, por exemplo. E em quanto isso representa.
Será que ainda haverá superávit? Quem será responsabilizado quanto a isso? Sobre quem deverá haver uma ação de retorno?
Meu alerta é no sentido de que, se demoramos a cobrar o que é nosso, ouviremos da justiça o mesmo dito em relação à equiparação do BACEN: isto é impagável.
Acabo de chegar do consultório de um urologista aqui em São Luís. Consulta conseguida através da CASSI local, pois nenhum aceita mais. Sábado, 7.30 da manhã. A atendente, com um belo sorriso nos lábios me informou assim que eu me apresentei, orgulhoso, com a carteira da CASSI na mão - NÓS JÁ AVISAMOS QUE NÃO ACEITAMOS MAS A CASSI.
Continua na Parte II
Parte II - Final
E agora? como bem disse Drummond, nos versos abaixo: e agora José?
A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José?
Estás sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José?
E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio - e agora?
Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora?
Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse... Mas você não morre, você é duro, José!
Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha, José!
José, para onde?
De outro Drumond, mas com um "M" só.
Aliás, Solonel Jr
Solonel Campos Drumond Júnior é associado da AAPPREVI.
Obs. do Blog: A ação RMI da AAPPREVI vem acumulando despachos favoráveis sucessivos.
Amigo Marcos,
Nesta semana liguei para Graça Machado pedindo sua interferência para credenciar uma Clínica aqui em Joinville (a única que realiza sessões hiperbáricas). Essa técnica veio da Rússia e consiste na permanência dentro de uma espécie de tubo onde há oxigênio 99,9% e cuja pressão atmosférica é aumentada em 3 vezes; isso resulta num efeito benéfico do oxigênio que durante 90 minutos contínuos age tanto na respiração levando o oxigênio aos ferimentos e queimaduras acelarando em 20 vezes asua cura. É o maior aliado atualmente da medicina traumatológica. Pois bem: O preço por sessão aqui é de 305,00. Falei com o diretor da Clínica e ele aceita o credenciamento por 279,00.
Atabela da Cassi é 233,00. A Graça Machado e a dona Mírian Fochi disseram que não podiam chegar naquele preço. Me mandaram financiar a diferença pelo P.A.S do BB.
cada vez mais decepcionante nossa situação.
e tem colegas dizendo que está tudo bem
Leiam no Blog do Ed:
Perguntas Que Não Consigo Calar (conclusão)
Por Edgardo Rego
http://blogdoedear.blogspot.com.br/
Grande colega Marcos, pelo menos com estas suas sabias palavras, eu posso dizer, que acreditar em melhorias significativas no ES neste momento, seria como acreditar que dia 24 de dezembro o Papai Noel virá pela chamine com um saco enorme de presentes.
Alias, espero que ainda haja realinhamento do ES neste ano, porque como diziam os mais antigos: A AGUA SILENCIOSA É A QUE TEM MAIS TUBAROES.
Esta tudo muito quieto pelas bandas da Previ.
Abraço Guilherme
A BOVESPA fechou em alta de 0,96% - acumulando 61.909 pontos.
Colega Marcos
Que más notícias. Simplesmente, incrível, inacreditável... Que Deus nos proteja. Só nos resta rezar.
Marcos,
todo candidato é um amor de pessoa e cheio de boas intgenções, em todas as instancias infelizmente, depois que se elege, deu pra bola.
Os candidatos a cargos na previ são piores, pq de uma hr para ougtra passam a ter sua vida fianceira resolvida, e com direito a guardar algum para um futuro não muito distante.
Nos iludimos nós que votamos contra eles, agora imagino eu, como fica o cara que votou neles?
Alias, não imagino, tenho certeza, correm todos aqui pro Blog para meter o pau e falar impropérios, uma pena, por mais que se tente, se alerte ou se mostre, temos muitos aposentados que ainda não entederam, escolhendo alguem confiavel ou uma chapoa, só do nosso lado, e só com os nossos votos, ela estaria la, hj mesmo, tentando resolver e desatar todos os nós que colocaram na Previ para dificultar a vida dos aposentados.
E para finalizar um alerta:
FIQUEM ATENTOS TODOS OS APOSENTADOS POR INVALIDEZ, POIS DEPOIS DE 10 ANOS APOSENTADO O INSS ME CHAMOU PARA UMA PERICIA.
Prezado Marcos,
Parabéns pelo exemplar trabalho e por mais essa fulminante denúncia. Não podemos nos esquecer, entretanto, de que as eleições Previ/Cassi são totalmente controladas pelo maior interessado (?!?), que sequer permite a devida fiscalização (?!?) a que temos direito, via "log" (histórico) ou via voto impresso (únicas formas de fiscalizar eleições eletrônicas, conforme pareceres de técnicos e professores na matéria). Dessa forma, talvez caibam perguntas: a chapa 6 realmente venceu? Aposentados realmente não comparecem?
O devido "log" da última eleição Previ foi, reiteradamente, solicitado ao (ex-)patrocinador por nosso colega e candidato Edison de Bem, conforme regulamento eleitoral, sem qualquer resposta até o momento, s.e., o que, talvez, nos remeta a necessidade e conveniência de uma interpelação judicial agora e sempre que isso ocorrer.
Ao ensejo, envio um
Abc do g. giongo.
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