Marcos Cordeiro de
Andrade
Caros Colegas,
Um ANO NOVO que chega é tido como
o remédio para todos os males que nos afligem. Do mesmo modo que o que termina
é eleito o culpado pelas maldades perpetradas. Mas não é bem assim que a coisa
funciona, pois a virada do ano é simplesmente mais uma data no calendário com
poderes de transformações iguais a tantas outras.
Seguir a tradição da entrada de
um novo ano conforta o coração e traz alegres esperanças, como se vencêssemos uma
barreira que o tempo nos impôs. Funciona mais ou menos como passar no
vestibular ou ser aprovado em concurso exigente. Ou mesmo como a gestante dar á
luz uma criança. Ou, para outros, curar doença braba; fazer uma plástica;
concluir regime doloroso; abandonar um vício. Também, no campo financeiro, é
como pagar uma dívida difícil; comprar a casa própria; trocar de carro; ganhar
uma ação judicial...
Tudo tem sua data de transição. E
atingir esse ponto da mudança é a meta buscada normalmente com prazo certo para
lá chegar. É o caminhar acompanhado do tempo que se esvai no calendário da
vida. E, como na virada do ano, depois da esperada data ter acontecido vem o
vazio da dúvida, pois, superados os sacrifícios e alcançado o dia seguinte nos
martelam as perguntas: E agora? O que mudou? O que vou fazer sem mais alimentar
a expectativa de uma data preestabelecida para essa ou aquela transformação?
Não há respostas para tantas
perguntas por que estabelecemos uma data de acontecimentos milagrosos, como se
a nós coubesse mudar a mecânica da vida. E para evitar o vazio que traz
frustrações, melhor será não esperar muito do ano que está chegando, pois
certamente não trará milagres para satisfazer todas as nossas vontades. Para
termos um 2013 bem vivido, melhor será olhar para trás procurando exemplos
negativos que deverão ser evitados, normalmente praticados por mentes doentes
que tentam ocultar seus erros fabricando frases de efeito – também para justificar
sua pequenez, e as suas maldades. Como algumas que lembro agora:
- O mensalão nunca existiu – José
Dirceu.
- Não sei de nada – Lula.
- Se estão morrendo de sede, que
rezem bastante – ministra do Planejamento aos nordestinos.
- Se perdemos a eleição fundemos
outra associação – nomes impublicáveis.
Por tudo isso, caros Colegas, não
cometamos o erro de transportar para o ano que nasce a enorme carga de resolver
prontamente todos os problemas difíceis. Antes, preparemos nosso espírito para
continuar enfrentando dificuldades sem esmorecimento, como sempre fizemos,
porque o 1º de janeiro não será diferente do 31 de dezembro. Apenas há
festividades para comemorar a troca de datas. Vamos nos esbaldar, portanto, mas
sem perder a noção do perigo.
FELIZ ANO NOVO a todos!
Leia a Revista DIREITOS, da AAPPREVI: