Fernando Rodrigues
Fonte: A Folha de São Paulo,
sábado 1º de dezembro de 2012 – A2 Opinião.
Brasília – O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari,
cometeu um “sincerocídio” nesta semana. Depois de dizer ser uma obrigação
ganhar a Copa de 2014, emendou. “Se não quiser pressão, vai trabalhar no Banco
do Brasil, senta no escritório e não faz nada”.
Neste mundo politicamente
correto, houve uma enxurrada de protestos. Felipão cometeu o pecado da
generalização. Carimbou todos os funcionários do Banco do Brasil como
preguiçosos.
O próprio Felipão telefonou para
a direção do BB e pediu desculpas. O Banco soltou uma nota se dizendo satisfeito.
Alguma coisa está errada quando
alguém não pode vocalizar um sentimento generalizado na sociedade. Basta ir à
Praça da República, em São Paulo, ou à Cinelândia, no Rio, e perguntar aos
pedestres se concordam com o axioma de Felipão (não vale incluir na enquete
funcionários do BB). A imensa maioria concordará.
É evidente que há excelentes
funcionários no BB. Mas também é inegável a condição privilegiada. Por exemplo,
acesso à aposentadoria quase integral e a um plano de saúde dos sonhos, entre
outros benefícios inalcançáveis para milhões de brasileiros.
Um funcionário que ingresse
solteiro no BB pagará a vida inteira 3% de seu salário para ter acesso ao plano
de saúde do banco, não importando se casar e agregar meia dúzia de filhos ou
enteados desfrutando dessa facilidade. É um capitalismo sem risco elevado à
máxima potência. Quem paga a conta é o restante da sociedade.
Em vez de apenas se indignar, o
Banco do Brasil e seus funcionários deveriam se perguntar por que tantos
brasileiros têm uma visão parecida com a do Felipão? Não é só senso comum e
preconceito. Trata-se de uma situação que emula a desigualdade social no país.
Muitos se incomodam. E têm razão.
Obs. do Blog:
Para emitir “elogios” ao profundo
conhecedor da situação dos ativos e inativos do BB, jornalista Fernando
Rodrigues, eis o seu e-mail institucional:
8 comentários:
Assista, vale a pena.
http://www.youtube.com/watch?v=8Wy2KuN6OWI
É... grande sabedoria aí deste cara (Fernando Rodrigues), sabedoria do tempo das cavernas; de quando o banco era um sonho para muitos.
Deixa ele experimentar nosso plano de saúde, para ver se ele consegue o médico de sua escolha!
GUERREIRO MARCOS CORDEIRO, desculpe-me sinceramente, não lhe dou desculpas eufemísticas, mas sinceras.Com o SR. não falo em entrelinhas, e sim amigo que julgo, falo claramente sem metáforas. Não vamos comparar por baixo, na Dinamarca o menor salário por exemplo é R$ 1.000,00 reais e o maior R$ 3.000,00. Vamos, claramente em outras instituições fazer a pesquisa na Candelária, hoje todos já sabem como nossos salários são baixos e perderam seu poder de compra. Compará-los com os do aposentados fica pior ainda para estes. Mas essa declaração não serve em nada para visão da sociedade como referência ao BB, só a quem interessar possa. Vamos analisar salários de juízes, promotores, bancários, gari e nesta seguência até o SALÁRIO MÍNIMO,comparados com o preço do pão e leite da manhã.
Não perdôo eufemisticamente,Felipão,aliás quem sou eu para perdoar alguém, devo sim ser perdoado por Deus por todos meus erros espirituais de poder fazer mais pelo próximo.
Desconfio desta declaração, talvez a mando de alguém. ORAI E VIGIAI, OLHO VIVO.
Se não somos merecedores de nivelar medianamente, então eles estão certos, pois aposentados também possuem plano de saúde.
Obrigado, meu guerreiro excepcional.
OBS: Nivelar pelo alto, o resto é corrupção.
Será que o Felipão não está certo?
Prestem melhor atenção na frase-"senta no escritorio e não faz nada" -; não disse agencia.Pode ser que estivesse se referindo aos altos cargos, aos indicados, aos que são noticias.
Concordo plenamente contigo postador das 19:57 onde nem atentei para tal fato, mas o povo não atenta para tal fato. Joga-se nuvem à mensagem subliminar e fica na mente dos incautos aquilo que foi jogado. Mas essa frase, do hoje para mim "Felipe" não acredito que tenha tirado ao vento, sim pau mandado, jogo de sena.
Abraços.
OBS: Ganhe a Copa, comece a estudar os adversários, trabalhe ao menos 10 horas ou mais por dia, e a nos dê (a taça)para alegrar ao povo que não possui plano de saúde, talvez nem precisasse caso toda a vontade política e o dinheiro gasto com tais eventos que a Europa recusou, fossem endereçados para SAÚDE E EDUCAÇÃO.
Sr. GUERREIRO E AMIGO MARCOS CORDEIRO, não concordei. Amigo você têm um aqui, e se me permiti, "... amigo diz as coisas certas (talvez) nas horas incertas..." Só tenho a aprender com o SR. até nas discordâncias.
O Ministro Celso de Mello afirmou em lº de outubro deste ano que NÓS SOMOS GOVERNADOS POR LEIS, NÃO SOMOS GOVERNADOS POR HOMENS. Leiam na Folha de São Paulo (UOL) a narração do Ministro Luiz Fux de como ele conseguiu ser MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Para mim aquela narração é uma TRISTEZA,uma DECEPÇÃO. ESTE PAÍS TEM QUE MUDAR,E MUITO, porque ele ainda está dividido entre DONOS E POSSUÍDOS. E QUE DONOS!
Edgardo Amorim Rego
Pois é Sr Edgardo.Sinto o mesmo que o amigo está sentindo.,Tenho acompanhado, também pela Folha, os desdobramentos da operação Porto Seguro.Já se aproximaram de nós do PB1.
Como não poderia deixar de ser, mandei uma mensagem ao tal jornalista. Mas, na minha opinião, a resposta que a Diretoria Executiva da ANABB deu ao dito cujo foi exemplar e esclarecedora. Será que a Folha irá publicar?
Luiz Faraco, de Florianópolis (SC)
Postar um comentário