Marcos Cordeiro de
Andrade
Caros Colegas,
Deu comichão no berço esplêndido
onde não dá mais para ficar deitado eternamente. Chega!
A tolerância do povo brasileiro atingiu
as raias do limite. E quando “não dá mais pra segurar, explode coração!” Estamos
vendo isto. As ruas estão tomadas de gente humilde e da juventude valorosa que
leva junto o que há de bom no seio da população brasileira.
Enchendo espaços a pulsar como
artérias abarrotadas do sangue da pátria febril, tomada pela até agora incurável
doença que prostrou o País no leito da corrupção e da ganância, decidiu-se por
fim à baderna moral instalada, alimentada pelo vírus da impunidade inoculado
propositalmente pela politicagem de uma política sustentada por políticos
indignos de ocupar cargos públicos.
Não importa se o começo teve
motivação de ínfimos vinte centavos, na linguagem dos ricos. O que vale é que
esse símbolo retrata o valor que os trabalhadores honestos dão ao suor que lhes
escorre do rosto diariamente, pois é com os centavos sobrepostos que sustentam
suas famílias, cansados de conhecer salários estratosféricos que entram nos
bolsos sujos de dirigentes mais sujos ainda – porque desonestos para com o povo
que deveriam servir.
Finalmente o Brasil faz jus à
vocação de ser uma nação gigante pela própria natureza, porque tem uma
população que o faz assim como se fora uma Itu descomunal onde tudo tem que ser
maior – e melhor. Nunca, em tempo algum e em lugar nenhum do mundo se viu manifestações
como estas que ocorrem em cadeia, sem armas e lideranças afamadas. Em menos de
uma semana os protestos vindos do nada ganharam corpo. Começando com tímidos
grupos esparsos o movimento multiplicou-se como células vivas espalhando-se
pelo País inteiro. Primeiro em algumas capitais, depois nas outras e nas grandes
e populosas cidades para se mostrar, também, nas áreas metropolitanas e, por
fim, nas pequenas e belas cidades do interior.
Foram bonitas de se ver as
passeatas de trezentas pessoas iniciais percorrendo lugares públicos sem
motivações políticas. E é lindo de morrer ver o movimento crescer aos números
atuais nos dando orgulho de ser brasileiro. Simultaneamente passeatas se
sucedem pelo Brasil afora recheadas por grupos de três mil, dez mil, seiscentos
mil cidadãos e cidadãs, indignados com os desmandos que assolam o país pelas
mãos de políticos corruptos – mandatários ou não – acostumados com a impunidade
fabricada por eles mesmos. Regozijemo-nos, pois. Tudo se fez em uma semana,
apenas. Mas não vamos descansar ainda. Temos que pensar até onde vamos e do que
somos capazes.
Também admirável é a postura que
os integrantes do movimento adotam em relação às suas motivações. São rígidos
em manter a pureza e independência dos seus propósitos e em seu seio não
aceitam conotações políticas, não tolerando, portanto, as bandeiras nem os
gritos de guerra da desacreditada classe. Também repudiam baderneiros e
bandidos outros, pois o movimento é digno e saudável. Ali o único refrão
audível é o que encerra o Hino Nacional Brasileiro. E as cores com que se
pintam como guerreiros em missão pelo resgate da paz usurpada são o verde e o amarelo
da nossa Bandeira – não aceitando outras que lembrem partidos políticos.
Agora, seja o que Deus quiser.
Pois já não se luta por vinte centavos, devolvidos é certo, mas pela dignidade
ultrajada. E isto envolve um mundão de coisas. Portanto, que os responsáveis
pelas Instituições que movem o País se cuidem, pois está dito que seus cargos e
posições correm riscos de ruir. O povo nas ruas serve de alerta para o suprimento
das urnas.
Este recado serve para todos. Até
para as velhas raposas que dirigem os destinos de aposentados e pensionistas que, com absoluta
certeza, estão ouvindo o clamor das ruas – somente faltando nele se espelhar.
Aguardem, falta pouco. A batata já está assando!
Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR), 21 de junho de
2013.
3 comentários:
Estamos em festa!
Oremos a Deus para que também possamos comemorar o número de anos hoje completados pelo Colega Valentim - com sua lucidez e disposição em servir à causa dos aposentados e pensionistas do BB.
São 85 anos invejáveis carregando bagagem cultural que não se cansa de distribuir a todos nós que o admiramos e seguimos.
Longa vida ao Mestre Carlos Valentim Filho.
Boa Tarde!
Como sempre um excelente texto. Eu estou acompanhando
tudo, inclusive o desespero
dos Senadores, sem decisão
colocavam ou não ao vivo os acontecimentos do Movimento.
O poder teme a massa seja ele o que for. Maravilha ver
a Av, Rio Branco atravessada
pela Presidente Vargas com
quase um milhão de pessoas.
E havia muitos aposentados.
Cartazes de todos os tipos
ate o que falavam em Imposto
de Renda. O Senado esta aberto para receber quem se
dispuser a estar la. No Parlamento na votação da MP dos Portos, tinha um Grupo
la na Camara dos Deputados
que la ficaram por mais de
60 horas esperando tambem
uma parecer que os dizia a respeito.
Imagino que quando o colega Ruy Britto e outros la foram
deveriamos estar la em numero expressivo. Infelizmente um dia dei esta
sugestão de ir a PREVI, mas um numero que possa dizer ao
que vamos. Acompanho tudo
com muito interesse, mas não tenho nenhum respaldo oara falar de Previdencia Complementar. Mas sempre vou dizer que precisamos abrir a boca,nos organizarmos e ver
que maravilha é o Mourisco. Fazer um protesto pacifico. Não aceitar convite de subir
as dependencias da PREVI, enquanto não formos ouvidos pela Impressa. Hoje qualquer
amontoados a midia esta de pronto. O povo fala de tudo, E um momento histórico.
Na oportunidade, eu parabenizo ao colega Valentim, clamando a Deus
que lhe sejam concedidos longos anos de vida, com muita saude, paz e amor. Agradecida por toda colaboração as aposentados e pensionistas. Umbeijo e um grande abraço amigo Carlos
Valentim,
Com carinho
Marisa Moreira
o que for. Ver a Av.Rio Branco
Extraído do site da ANABB (21/06/13)
TRT realiza primeira audiência sobre demissões no BB
O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª região realizou nesta quinta-feira (20/06) a primeira audiência da ação civil pública impetrada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) contra as demissões e descomissionamentos no Banco do Brasil. Na audiência, compareceu, além dos representantes do MPT, o advogado do BB e dos seis diretores da instituição financeira que estão na condição de réus no processo.
Durante a audiência, o BB solicitou a retirada dos diretores que estão na condição de réus, alegando que apenas o Banco deveria ser responsabilizado, e reiterou o pedido de segredo de justiça do processo. As duas solicitações foram indeferidas pelo juiz.
De acordo com o diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-Cut/CN), Wescly Queiroz, que acompanhou a audiência, o Sindicato de Brasília passará a ser assistente do MPT no processo. “Nós, do sindicato, vamos resguardar o direito das pessoas que foram demitidas de maneira arbitrária de pedirem reintegração a seus cargos. E agora subsidiaremos o ministério com provas e auxiliaremos durante todo o processo”, afirmou Queiroz.
Na ação que tramita na 4º Vara do Trabalho de Brasília, o MPT alega que “a prática imotivada e reiterada de descomissionamentos e demissões, inclusive em gozo de auxílio doença, de empregados pelo Banco do Brasil, como prática discriminatória e de retaliação pelo ajuizamento de reclamações trabalhista por estes em busca do pagamento de horas extraordinárias, em clara afronta ao princípio constitucional de acesso à Justiça”.
Uma nova audiência foi agendada para o dia 2 de agosto, às 9h. Na ocasião, o juiz ouvirá os diretores do BB e as testemunhas. Por essa razão, a audiência será fechada.
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