ACP de FAABB - Amargas lições
Marcos
Cordeiro de Andrade
Curitiba, 08 de abril de 2015.
Caros
Colegas
Temos que aproveitar as lições que a fatuidade do insucesso
de uma demanda judicial nos jogou no colo.
A expectativa gerada pelo anúncio de que a ACP da FAABB fora
ganha com determinação do pagamento de R$ 3.000,00 (corrigidos monetariamente
ao longo de 18 anos), como direito de milhares de aposentados e pensionistas do
Banco do Brasil durou apenas DOZE dias - entre o anúncio da boa nova e o
desmentido da bem intencionada proclamação (11 a 23/03/15).
No entanto, esse espaço de tempo foi suficiente para
alvoroçar a massa envolvida, levando a todos correr contra o tempo dado para
aporte dos documentos necessários para credenciamento ao abono milagroso. Essa
busca, permeada de esperança e decepções, causou estragos no bolso, na mente e no
relacionamento com as Instituições guardiães dos salvo- condutos para abrir o
cofre de quem fora supostamente condenado ao pagamento.
Todavia, como fogo fátuo cuja visão remete a assombrações,
esse episódio precisa ser explicado com detalhes aos incrédulos envolvidos,
feitos de massa de manobra que tinha como uma das resultantes abarrotar o bolso
dos executantes finais da ação “vitoriosa”, ao que se supõe.
Dentre esses didáticos resultados, é imperioso o
reconhecimento de que a atuação de Associações no campo judicial deve ser
repensada. Pois, tão claro como aceitar-se que é imprevisível o desfecho das
lides sob o manto da Justiça, é evidente que não se pode dar crédito
incondicional às ações judiciais ofertadas às pencas por quem as possa
impetrar.
Nessa direção, já que a Entidade existente para ordenar o
funcionamento dessas Associações teve a reconhecida credibilidade abalada ao se
igualar a elas, adentrando o Judiciário com demanda duvidosa e mal conduzida,
cabe à OAB fazer o papel de olheiro para disciplinar esse comportamento.
Afinal, as Associações de aposentados e pensionistas congregam mensurável
número de pessoas que a elas recorrem para reparação de direitos maculados, na crença
de que atuam criteriosamente na busca de resultados. Acresce o fato de que esse
comparecimento resulta do permanente assédio propagandístico – nem sempre
calcado na verdade dos fatos. Nesse entendimento, é temerário a manutenção de
portfólio de ações judiciais disponível e em constante crescimento envolvendo
toda sorte de pleitos. Ainda mais quando subordinado a cobranças desordenadas
de mensalidades, taxas, custas e honorários – tudo ao bel prazer dos números
ditados pelos “filantrópicos” dirigentes.
Também, é revoltante constatar que uma simples demanda
judicial transforme em milionários da noite para o dia quem dela participe na
crista do processo como beneficiário indireto, como teria ocorrido com essa
indigitada ACP do abono. Essa assertiva se explica pela conduta dos advogados
finalizadores do “pagamento”, ao exigir comissão de 15% sobre os ganhos de cada
postulante, quando se calcula que milhares deles fariam jus a considerável
montante como resultado final – se tivesse vingado o prometido. Ainda mais
quando essa taxação se dá depois de conhecido o resultado como favorável, posto
que essa exigência deva ser anunciada no início da demanda – nunca ao seu
término.
É certo e justo que advogados recebam pelo trabalho
desenvolvido, mas não é justo nem certo que enriqueçam à custa de autores
paupérrimos, enquadrados no estatuto do idoso e, pior que tudo, servilmente
crédulos aos ditames da Associação escolhida para defendê-los – levados pela
propaganda de convencimento.
Além do mais, há que se rever também o acompanhamento dessas
ações “de ganho certo”, para evitar que se perpetuem minando a paciência e
expectativa dos autores, alimentando os ganhos das patrocinadoras com
mensalidades cobradas, e o recebimento de honorários por parte dos patronos
dessas causas infindáveis como garantidoras de “emprego” indireto.
Portanto, faz-se mister tomada de posição uniforme por parte
dos causadores dessas expectativas. Por isso, é necessário que a OAB compareça
aplicando seu rígido e salutar regulamento sem necessidade de se imiscuir nos
assuntos internos das associações envolvidas (o que obviamente não faz), para
disciplinar os parâmetros que permitem a impetração de ações judiciais nas
condições relatadas, considerando o envolvimento por vezes desordenado dos seus
advogados filiados, nesse caso a serviço das associações executantes sob
critérios ditados pelos dirigentes - muitos deles leigos no ofício do Direito.
Nesse ponto a AAPPREVI mais uma vez sai na frente ao
assimilar os ensinamentos tirados desse malogrado episódio:
Leia o seu Comunicado nº 65:
Atenciosamente,
Marcos Cordeiro de Andrade
Marcos Cordeiro de Andrade – Curitiba (PR, 08 de abril de
2015 – www.aapprevi.com.br
2 comentários:
Caro Presidente Marcos Cordeiro,
Graças a Deus temos, nesses momentos tempestuosos, um colega ( permita-me chamá-lo de colega) com tanto bom senso e inteligência.
Afinal são tantos comentários, notícias, publicações, etc.etc. que às vezes nos deixam perplexos, por n!ao dizer desorientados, pois, infelizmente, nossa “massa”de aposentados e pensionistas da PREVI não temos uma única associação a seguir, são várias em todo o país, algumas mais atuantes, outras nem tanto, mas que nem sempre detém os mesmos pensamentos.
Parabéns pelo sua mensagem bastante esclarecedora.
Abraços
Antonio Americano
Goiania (GO)
MARCOS, ESSA MERRECA DE REAJUSTE RECEBIDA DEIXOU OS APOSENTADOS DESESPERADOS POIS NADA AUMENTA SÓ 6%.
VI E FIQUEI CONSTERNADO, NA SALA DOS APOSENTADOS DE JOÃO PESSOA, DEZENAS DE APOSENTADOS, ALGUNS VELHINHOS, COM SUAS ESPOSAS,
MENDIGANDO A RENOVAÇÃO DO EMPRÉSTIMO SIMPLES, AGORA COM FORMA DE AVALIAÇÃO MUDADA, DE MANEIRA A DIFICULTAR
O ACESSO. QUASE TODOS FORAM NEGATIVADOS.
QUANDO SAIU ESSA BENDITA OPORTUNIDADE DE RECEBER ESSES TRÊS MIL CORRIGIDOS FOI UM DEUS NOS ACUDA.
EU CAMINHO DIARIAMENTE E MUITOS COLEGAS TAMBÉM. DIVERSOS ME PARAVAM, EXULTANTES, COM A PEROSPÉCTIVA DE DAR UM AFROUXAMENTO TEMPORÁRIO NO ORÇAMENTO. ALGUNS DIZIAM QUE SAIRIA NOVE MIL E OUTROS, MAIS OTIMISTAS, CHEGAVAM A DIZER QUE SAIRIA VINTE MIL .
COM O DESMENTIDO VOCÊ IMAGINA A DESOLAÇÃO.
ALGUMA COISA PRECISA SER FEITA. O QUE TEM DE COLEGAS COM DEPRESSÃO É UMA CALAMIDADE. FALA-SE ATÉ EM SUICÍDIOS.
ENQUANTO ISSO OS CONSELHEIROS RECEBEM 500 MIL REAIS. É UM ESCÁRNIO.
SAUDAÇÕES
ANTONIO MARCOS BARBOSA BEZERRA
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