quarta-feira, 20 de maio de 2015

BB apresenta proposta para a Cassi






Caros Colegas,

Esta mensagem foi recebida da presidente da FAABB, Isa Musa de Noronha, às 23h34min de hoje, 19/05/15.

Atenciosamente,

Marcos Cordeiro de Andrade

Presidente da AAPPREVI


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Foi realizada hoje a segunda rodada de negociação sobre a sustentabilidade da Cassi entre o Banco do Brasil e os representantes de entidades dos funcionários do BB, da ativa e aposentados.  

No início da reunião, os representantes das entidades reiteraram que concordam com a proposta de ações estruturantes apresentadas pelos dirigentes eleitos da Cassi com base em estudos acompanhados por técnicos do BB. Insistiram na necessidade do aporte solicitado pelos eleitos. O BB repetiu que descarta a hipótese de aporte extraordinário.

Em seguida foram discutidas algumas premissas que devem nortear a busca de soluções para a Caixa de Assistência. O BB concorda com os negociadores que representam o funcionalismo que o Modelo de Atenção Integral à Saúde, por intermédio da Estratégia de Saúde da Família, e a maneira mais adequada de garantir a saúde das pessoas, com ênfase na prevenção e não na cura. Os dois lados da mesa também concordaram que é preciso aperfeiçoar a gestão do modelo, o que envolve tanto os dirigentes indicados pelo Banco quanto os eleitos pelos associados.

Outro ponto que gerou consenso foi que nenhum associado, seja da ativa ou aposentado, pode ficar desamparado. As soluções que forem encontradas deverão atender estas premissas.

Os negociadores que representam os associados também reiteraram que a solidariedade e um princípio fundamental, pelo qual cada um contribui de acordo com sua capacidade e utiliza o plano de acordo com suas necessidades. O Banco argumentou que a solidariedade deve ser aperfeiçoada, esclarecendo que deve detalhar a que aperfeiçoamento se refere no decorrer das reuniões.

 

PROPOSTA DO BANCO DO BRASIL

Em seguida, o diretor Carlos Neri apresentou a proposta do BB, dividindo-a em três partes:

A)  na primeira parte, o Banco propõe repassar para a Cassi os R$ 5,830 bilhões que estão provisionados no balanço do BB como compromisso com o pos-laboral, ou seja, com os aposentados. Segundo o BB, este valor está construído sobre bases atuariais que garantem que seja suficiente para honrar com a contribuição do Banco de 4,5% do salário bruto dos funcionários ativos e aposentados de hoje. Este valor seria depositado numa conta em nome da Cassi, num fundo da BBDTVM, com regulamento próprio aprovado em conjunto com os associados, e somente poderia ser utilizado para arcar com as contribuições hoje de responsabilidade do BB para os aposentados. Alem disso, o BB acrescentaria mais 0,99% a sua contribuição sobre os salários brutos mensais dos ativos, que também seria direcionado ao mesmo fundo na BBDTVM, que segundo o BB seria suficiente para arcar com o valor equivalente a contribuição de 4,5% para os futuros aposentados. Com estas medidas, o Banco deixaria de contribuir para os aposentados, deixando de ser obrigado a fazer as provisões previstas pela CVM 695/2012;

B) o BB argumenta que, com os R$ 5,830 bilhões passando para o nome da Cassi, as atuais reservas obrigatórias mantidas pela Caixa estariam liberadas. Sendo assim, os valores hoje existentes nestas reservas poderiam ser utilizados no custeio da entidade, inclusive cobrindo os déficits existentes e possibilitando a implantação das ações estruturantes propostas pelos dirigentes eleitos da Cassi, que, com um investimento estimado em R$ 150 milhões, preveem a diminuição das despesas da Cassi ao longo dos próximos anos; 

B)  em caso de déficits futuros, o BB propõe que os estes sejam rateados somente entre os associados, a serem pagos no ano seguinte, em 12 parcelas mensais. O Banco propõe que nos critérios de rateio sejam utilizados fatores como idade do associado, grupo familiar (número de dependentes) e utilização do plano.

As entidades participantes da mesa de negociação ficaram de avaliar a proposta apresentada pelo Banco, inclusive as premissas utilizadas para fundamentá-la.

AVALIAÇÃO DA FAABB

 

         A princípio entendemos que é necessário destrichar tal proposta do Banco do Brasil em suas premissas. À falta dessas, argumentei que enquanto o BB considera que os 5.830 (cinco bilhões, oitocentos e trinta milhões) é quantia necessária e suficiente para honrar o compromisso do BB com seus atuais aposentados e pensionistas até a morte do último de nós, ponderei que tal valor é atuarial, projetado considerando tão somente premissas de tábua de mortalidade e morbidade, sem considerar outras variáveis que interferem nos cáculos, como a descoberta de novos e melhores instrumentos de diagnóstico e tratamento e o chamado custo saúde, crescente a cada ano. Argumentei que esses 5.830 definitivamente podem não ser garantia de assistência perene.

Argumentei que aceitar ratear futuros déficits somente dentre nós, é desigual, é oportunismo do BB que se descompromissa conosco, pois o déficit futuro é passíveis de ocorrer, por várias razões, dentre elas, a má gestão compartilhada, ou seja de responsabilidade tanto do Banco quanto dos eleitos, ou causado pelo o uso indiscriminado e do custo saúde, esse historicamernte crescente.

Em resumo: a proposta do BB não atende aos nossos interesses: descompromissa o BB de vez da cobertura da saúde de aposentados e pensionistas, livra o Banco da responsabilidade de cobertura de déficits que ele, Banco, por participar ativamente da gestão também é responsável.

Nos próximos dias a FAABB e nossas filiadas estaremos debruçados na análise analítica da proposta do Banco para apresentar contra propostas e/ou estudar medidas que assegurem a manutenção de nossos direitos.

(Isa Musa de Noronha).

 

 

2 comentários:

Blog do Ed disse...

Quem falou ontem não foi o Diretor Neri. Quem falou ontem foi a empresa capitalista. Essas considerações são simples expressão dos meus sentimentos quando atesto a ATITUDE ante o problema da SAÚDE DOS ANTIGOS FUNCIONÁRIOS e SEUS DEPENDENTES, isto é, de ASSUNTO DE VIDA OU MORTE. É simples atitude de mais LUCRO ou menos LUCRO. Frio, racional. Nem mesmo houve, ao que parece, a mínima consideração dos compromissos assumidos anteriormente pelo Banco, nessa matéria, com seus antigos funcionários, nem consideração dos mandamentos legais, ao que parece. Aquela mensagem não veio de uma empresa de um Estado do Bem Estar Social. Ao que parece, estamos, de fato, ingressando no Estado Brasileiro do Neocapitalismo Global...A bem informada cúpula econômica e financeira do Banco sabe que, no mundo de hoje, dizem os ECONOMISTAS, SAÚDE (CURA DE DOENÇA) PRECISA DE MUITO DINHEIRO,QUE BANCÁRIO, E MUITO MENOS BANCÁRIO APOSENTADO,NÃO TEM.
Edgardo Amorim Rego

Pedro Borges disse...

Penso que esta proposta, mesma na avaliação de um leigo com eu, é o maior golpe que o Banco pode dar nos aposentados. Quer fugir de uma responsabilidade certa e embarcar-nos numa situação duvidosa para o futuro. Logo de primeira a minha reação foi negativa, o Banco é hoje realmente uma madrasta das piores, não reconhece o valor daqueles que ajudaram a formar e sustentar esta empresa que já foi o nosso orgulho.