Possíveis Reajustes da
PREVI
Marcos Cordeiro de Andrade
Curitiba (PR), 04 de abril de 2019.
Quando vemos cerca de 15.000 pessoas se acotovelando em
educadas filas, logo vem a impressão de se tratar da busca por ingressos para
um evento de vulto. No entanto, é desalentadora a constatação da verdadeira
causa do que ali ocorre. Se trata da busca por uma senha que habilite cada uma
delas a pleitear uma entrevista com promessa de emprego. São desempregados que
se agarram a um fio de esperança para voltar ao mercado de trabalho - de onde
foram afastados por imposições diversas. E cumprir o doloroso trajeto não é
garantia de que sejam bem-sucedidos, mesmo conseguindo a perseguida senha.
Essa é apenas uma mostra do quotidiano dos desfavorecidos da
classe trabalhadora. Pior situação é reservada aos Aposentados e Pensionistas.
Isto porque eles têm que sobreviver com os parcos benefícios destinados pelos
meios previdenciários, sem alternativas para obter melhores “salários”, pois
estão à margem das pretensões de novo emprego por “inservíveis”, no enquadramento
da taxa de mortalidade. Este entendimento é uma constante em quantos usam as
redes sociais para relatar dificuldades financeiras.
Mesmo assim, diferentemente dos desempregados os aposentados
e pensionistas bem poderiam ter aliviado o aperto financeiro, se os
manipuladores dos seus benefícios agissem com humanidade. Nada custaria
visualizar o problema com responsabilidade e isenção em cumprimento à função
que lhes cabe.
No caso da PREVI, bastaria suplantar o discurso de que os
normativos não permitem alterar índices, ou que o Fundo é equânime no
tratamento dado aos participantes. No entanto, ali, mudanças de regulamentos
são possíveis quando se trata de beneficiar o Patrocinador e o próprio Fundo.
Porém, proporcionar melhorias nos benefícios, nem pensar.
Vejamos o que diz o site da PREVI sobre sua relação com os
assistidos:
“A Instituição trabalha
para garantir a esses participantes benefícios previdenciários complementares
aos da Previdência Oficial, de forma a contribuir para a qualidade de vida dos
associados e de seus dependentes.”
Lamentavelmente esse discurso não condiz com a realidade e
soa como falacioso. De há muito não contamos com essa “contribuição”.
Todavia, na base do “querer é poder”, esta
questão tem inúmeras soluções ao alcance dos dirigentes. Poderiam enquadrar os
reajustes em um índice que chegue mais próximo da inflação. Ou vir com um abono
a ser incorporado ao benefício. Também, prover do “ES” os que foram afastados
dele será uma grande ajuda. Assim como adequar os descontos da CAPEC, etc. Vale
ressaltar que os robustos números apresentados permitem “contribuir
para a qualidade de vida dos associados e de seus dependentes.”
Enquanto isso, longe dessas discussões, as Entidades que se
tem como poderosas fazem ouvidos de mercador quando instadas a se envolver,
esquecendo as finalidades primeiras enaltecidas nos seus Estatutos. Ao passo
que as Associações taxadas de “pequenas” abordam o assunto de frente com
esperança de sucesso, mas conscientes da impotência na abordagem. Entende-se,
por fim, que somente lhes cabe transitar pelos caminhos da Justiça na defesa
dos direitos dos seus representados. Não necessariamente contra o patrocinador
ou contra as nossas Caixas, mas corrigindo erros históricos que nos prejudicam.
Sem enfrentamentos, com responsabilidade e respeito aos envolvidos. E sem
direcionamentos equivocados, posto que a Jurisprudência é campo minado para os desavisados.
Marcos Cordeiro de Andrade
Presidente da AAPPREVI
3 comentários:
Muito bom presenciar o seu retorno à ativa.
Bom dia.
Ravacci
Meu caro Marcos Cordeiro.
Os algozes que por manobras e negociatas às mais espúrias se apossaram ilegalmente do Banco do Brasil e da Prev - e é bom frisar, muito contra a vontade desses que decisivamente contribuíram para a construção do "monstro empreendimento financeiro chamado Banco do Brasil" - e por consequência usufruindo dos polpudos e muito discutido imoral salário no que toca à sua legitimidade, sem falar nas inadequadas e desaprovadas benesses por eles mesmo criadas, tipo Congresso Nacional, precisam entender que esse vultoso patrimônio da Previ é por direito líquido e certo de seus participantes, associados ou assistidos, como querem, e a eles deve beneficiar. Fundamental também é lembrar a esses algozes que nosso plano é finito, sem qualquer possibilidade de ingresso de novos participantes, e que sem qualquer sombra de dúvidas vai apresentar no apagar das luzes um expressivo saldo positivo quando de seu encerramento, afinal, todos nós estamos velhos, ou seja, já na reta final da vida. Então, pra quem vai ficar esse suado e volumoso dinheiro? Pra esses espoliadores chamados governos? Não, nada disso, a Previ e seu ilegítimo comandante BB precisam entender que é hora de repassar esses valores a quem legitimamente tem direito, os quais estão vivendo à míngua, endividados e sem qualquer perspectivas de melhoras. Você, Marcos Cordeiro, nosso melhor porta voz nas Associações e que tem voz ativa e é por demais respeitado, grite a nosso favor. Meu grande abraço.
Geraldo Vaz de Mesquita.
Prezados,
A grande questão é o que fazer e como fazer para que a Previ e o BB entendam e reconheçam que somos os legítimos donos da Previ. Tenho lido em nossos grupos, inúmeras reclamações, porém, nenhuma ação concreta. Quem poderá vir em nosso socorro?
Adolfo Lopes da Silva - Matrícula 0.158.500-2 - Nova Venécia-ES.
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