PENSIONISTAS
Marcos Cordeiro de
Andrade
Sem tirar nem pôr, esse alerta de
2010, publicado no Blog Previ Plano 1,
merece ser reconhecido como orientação de utilidade pública:
Caros Colegas.
O natural sentimento de proteção
à família nos leva a causar-lhe um irreparável dano após nossa morte. Presos a
certos conceitos machistas, ilusoriamente acobertados sob o mito protecionista,
muitos de nós mantemos nossas companheiras atreladas ao fogão e à máquina de
lavar com os filhos à sua volta - também sob o pretexto de que lugar de mulher
é cuidando da casa e dos filhos, enquanto que nós temos que ir à luta encarar o
batente para lhes proporcionar conforto e segurança.
Muito embora as cerquemos de carinho
e mimos quando presentes, é na ausência que vamos minando o terreno fértil da
capacidade feminina para enfrentar adversidades. Nós as impedimos de exercer o
aprendizado da autoproteção para desafiar os perigos do estado da viuvez
indesejada.
Em casos assim, quando um de nós
falece deixa uma viúva despreparada para vencer o mundo que existe fora do lar.
Um mundo desconhecido e hostil, que ela imaginava pronto para recebê-la com
sorrisos em reconhecimento ao respeitado esposo que o habitava com altivez,
enquanto aposentado do Banco do Brasil.
Já na condição de “pensionista”
ela recebe o impacto da nova vida; o salário do falecido, que antes dava para
tudo, é reduzido a 60% do valor, e para manobrar o orçamento não conhece o jogo
de cintura que permite pagar as contas determinando prioridades - com as
relações de todo dia 20 – fazendo a separação de contas a pagar e contas “a
pagar mesmo!”
Com o dinheiro curto recorre ao
gerente da agência, “amigo” do ex titular da conta. Lá é recebida como ave de
mau agouro, ninguém dela se aproxima. O próprio gerente a recebe com
indiferença empurrando-a em direção ao “setor competente” onde, também, se
sente repudiada, mesmo como cliente. Lembrando que tinha orgulho do marido nas
poucas vezes em que o acompanhava, pelo tratamento “vip” que lhe era
dispensado, fica sem entender o motivo da mudança de comportamento. Esquecem
esses gerentes que têm em casa uma pensionista em potencial, que talvez um dia
se coloque nessa posição.
Pela expectativa média de vida, a
mulher brasileira é mais longeva que o homem e normalmente ele se vai antes.
Mas nós não nos damos conta do que isto representa e depois do acontecido já é
tarde para qualquer conserto, que não nos cabe fazer, obviamente.
Em que pese tudo isto a viúva sai
da agência com o problema “resolvido”. É-lhe destinada uma “excelente” linha de
crédito previamente autorizada: CDC, cheque especial, cartão de crédito,
adiantamentos etc. Tudo muito simples, para sacar quando precisar. Mas o “ex”
não a instruiu em vida acerca dessa armadilha. E ela passa a precisar todo mês
para complementar o minguado líquido do contracheque. E assim vai se
endividando paulatinamente até que se insere no submundo dos inadimplentes. E
conhece o inferno dos endividados. O Banco é cruel e não dá bolas para suas
súplicas, comendo sua pensão tão logo entra na conta. Os antigos amigos se
afastam e suas esposas a ignoram, pois esposa é uma coisa e viúva é outra
“coisa”, no exato sentido da palavra, para muitos.
Caros colegas pensem no assunto.
Ainda é tempo de preparar o futuro de nossas “pensionistas” com orientação
segura. Façam isto e contem com o auxílio da AAPPREVI. Há por aí cartilhas
ensinando como cuidar das coisas boas que o morto deixou: seguros, aplicações,
bens, etc. Mas nenhuma ensina a ser pensionista perante o Banco, nem como lidar
com a Previ e a Cassi nessa condição. Nenhuma cartilha é tão importante que
dispense a orientação do principal personagem, enquanto vivo.
Por sorte, ao formarmos nossa
associação tivemos a preocupação de cuidar desse segmento de dependentes da
PREVI. Nessa área há pessoas credenciadas e aptas a ajudar nossas associadas,
ouvindo seus reclamos e orientando sobre um universo a que todos fazemos vista
grossa, como se fôssemos eternos. O sigilo no atendimento é absoluto e a ajuda
palpável, dentro do possível.
Creio que “nunca na história
deste país” as pensionistas dos funcionários do BB mereceram a atenção devida
como agora. Porque agora o “Clube do Bolinha” teve a porta escancarada –
“meninas” também entram na AAPPREVI.
Conte conosco. Associe-se: www.aapprevi.com.br
Marcos Cordeiro de Andrade –
Curitiba (PR) – 05/05/2010. (Edição
original: 12/02/2010) – cordeiro@marcoscordeiro.com.br
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