ELEIÇÕES PREVI – Memória curta
Marcos Cordeiro de
Andrade
30 de abril de 2022.
Entendo que eleições são ganhas na apuração do último voto
conquistado. Mas, inversamente, podem ser perdidas antes mesmo de depositado o
primeiro. No entremeio, a escolha de candidatos para o preenchimento de chapas
é fundamental. Assim como bons conceitos devem ser preservados.
Lamentavelmente, nesta eleição para a PREVI viu-se de tudo
que não encontra vez nesse entendimento. Conspurcaram a singeleza de nossas
campanhas trazendo a sordidez da política partidária para o meio em que
convivemos harmoniosamente. Desrespeitaram a ética e a moral fazendo da traição
e da mentira valores soberanos despudoradamente enaltecidos. No afã de conseguir
o maior número possível de endereços eletrônicos para contato propagandístico
se valeram de prática escabrosa, apelando para o suborno em direção a humildes
incorruptíveis: “Eles não entregam alegando lei de proteção de dados. Mas
o funcionário da mesa do micro da Associação ou o chefe da informática podem
ter acesso livre, usar e até negociar”.
Esqueceram que esse tipo de assédio, vulgarmente conhecido
como corrupção, não prolifera no nosso meio. É perda de tempo supor que isso
possa existir dentro das Associações de aposentados e pensionistas oriundos dos
exemplares quadros do Banco do Brasil.
Infelizmente, foi esse um dos caminhos escolhido para “perder
eleições”. É como julgo.
Não deploro nem enalteço a posição que adotei. Muito embora
consultado, não declarei apoio a ninguém. Nem fiz campanha contra nenhuma das
chapas concorrentes. Somente peço que, da próxima vez, não deixem para me
consultar sobre a formação de chapas depois de borrado o quadro. Quem sabe
poderei ajudar com um pouco das seletas tintas que guardo para meu uso.
Ademais, há que se respeitar a memória do eleitor visado, pois,
“Cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça”. É sabido que um
dos critérios usados na formação de chapas eletivas é o enxerto de nomes de
reconhecida notoriedade no meio trabalhado. No entanto, faz-se necessário
avaliar o peso representado na balança dos votos, tendo em mente que a fama é
uma senhora de dupla personalidade. Assim como premia o ínclito por
merecimento, também pode dar evidência ao indigno pela prática de maus
conceitos.
Para evitar erros futuros, é primordial repensar essa
postura. Sem meias palavras, a chapa que considero derrotada no primeiro
momento foi infeliz ao confundir repúdio com aceitação. Trata-se daquela que
foi buscar (para melhorar as cores do seu quadro), membros soberanos das
Entidades que mais prejudicaram os aposentados e pensionistas em toda a
existência da PREVI. Dirigentes da AAFBB, da ANABB e da FAABB (é delas que
trato com conhecimento de causa), assinaram os documentos que proporcionaram ao
patrocinador se apoderar de 7,5 bi de reais de superávit da PREVI, pertencentes
a esses mesmos aposentados e pensionistas de quem queriam os votos:
Termo de compromisso.
https://www.aapprevi.com.br/documentos/pdf/Termo_compromisso2.pdf
e Memorando de entendimentos.
https://www.aapprevi.com.br/documentos/pdf/memorando_entendimentos.pdf
Como consequência direta desse envolvimento, perdemos de uma só
canetada cerca de 25% dos míseros benefícios pagos pelo Fundo.
E eles queriam voltar! Talvez com bons propósitos,
mas, até nisso pecaram com o uso de propaganda enganosa ao declarar em vídeo,
demagogicamente, que achavam “um absurdo os ocupantes dos cargos em mira
ganharem mais de 50 mil reais por mês e nós, assistidos, ficarmos com uma
merrequinha”. Como deboche não poderiam escolher melhor representação.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=gXU1ZpRJmNs
Parabéns à chapa vencedora.
E um consolo aos perdedores: é errando que se aprende.
De um admirador do MSU,
Marcos Cordeiro de
Andrade
- 83 anos –
Participante da PREVI
desde 15/05/1962
Matrícula nº
6.808.340-8