DIA DO APOSENTADO
(Relembrando)
Marcos Cordeiro de Andrade
Curitiba (PR), 24 de janeiro de 2023.
Caros
colegas,
O dia 24 de janeiro, burocraticamente é dedicado ao
aposentado. Também poderia ser o dia do explorado, do esquecido, do saco de pancadas,
dos otários desunidos, ou até mesmo do lixo que sobrou de uma sociedade
eficientemente ativa, pujante, respeitada, ironicamente construída por esses
imprestáveis dos tempos atuais. O enquadramento não é oficial. Mas forjado na
mente de inocentes úteis que, parece, tomaram o elixir da juventude e tripudiam
dessa classe. Como se eternizados na casta produtiva dominante e esquecendo que
fomos nós os obreiros que permitiram esse estado de coisas. Pois não dão a
mínima pelo que fizemos em nome de um futuro que não chegou, porque velhos na
minha condição ultrapassaram a barreira do tempo em direção a nada.
Embora seja composta de milhões de brasileiros com poder de
voto, se constitui em uma categoria sem vulto que não faz sombra a ninguém. E a
data pífia das “homenagens” nem feriado é, para gáudio dos comerciantes a quem
não carregam poder de compra entupindo as lojas em dias de promoções com
resultados ínfimos. Igualmente desagradam à rede bancária obrigada a atender
filas intermináveis no dia do pagamento de suas merrecas previdenciárias. De
igual modo é renegada pelas autoridades monetárias que são levadas a
disponibilizar fortunas para os esburacados bolsos, fruto de benesses políticas
espertamente criadas em épocas de crise financeira. Até o INSS, que deveria
cuidar condignamente dos benefícios em manutenção, mas é omisso (à falta de
poder decisório), amarga enormes filas diárias de postulantes a melhores
salários - lembrando um cortejo de desesperados em busca de pão.
É isso que vejo e sinto, aposentado de 83 anos, que sobrevive
à custa das migalhas previdenciárias pagas com o dinheiro que guardei em mãos
não confiáveis. Mãos que atualmente o devolvem sovinamente, a conta-gotas,
forçadas por Leis criadas por “velhos” legisladores de bom senso num passado
remoto – no tempo em que se “amarrava cachorro com linguiça”. Tão distante que
os “benefícios” criados estagnaram na barreira do tempo, por certo como castigo
aos que se permitiram viver além dos limites consentidos pelos, quem sabe,
aposentados de amanhã. Estes que, aí sim, conhecerão a reversão do castigo - se
lá chegarem.
De todo modo, cabe a nós, aposentados e pensionistas, pedir a
Deus clarividência na hora do voto saneador em qualquer esfera.
Particularmente, no nosso caso, afastando o risco de se votar em coloridos
pretendentes à perpetuação em sinecuras listados no CANAEL (www.canael.com.br) .
Marcos Cordeiro de Andrade
Aposentado do BB/PREVI
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