A vitrine da PREVI
Marcos Cordeiro de
Andrade
A postura adotada pela PREVI ao lidar com a precária
realidade financeira dos seus assistidos é vergonhosamente revoltante. Afora os
bajuladores de ocasião, não se revela no entorno das notícias do seu site
sequer uma manifestação concorde com a intenção apregoada. Ainda mais quando o
assunto envolve irregularidades estatutárias visivelmente prejudiciais àqueles
que soberanamente ela tem por obrigação defender.
Ao fim e ao cabo, melhor faria o nosso Fundo implementar
política de bom senso determinando que se faça minucioso estudo para apurar o
que de mal existe, antes que o Judiciário ponha um freio nisso.
No entanto, a PREVI se vale da credibilidade que o site
promete para desqualificar toda e qualquer reivindicação visando ajudar os
necessitados sob seu manto.
A propósito, não se encontra um único comentário elogioso ao
comportamento recorrente no trato do cumprimento do dever. Isto como apregoa
aos quatro cantos sempre que instada a alinhar o discurso demagógico. Discurso
esse direcionado a um público ávido por conhecer a pujança do patrimônio
amealhado à custa dos caraminguás secularmente depositados nos cofres da
Instituição.
O Site aparenta possuir dupla finalidade: mostrar roupagem
milionária aos olhos da comunidade financeira e/ou servir de televisão de
cachorro para os assistidos mal tratados alimentar ilusões. Nessa dubiedade
conceitual vai servindo a dois senhores que alimentam seus cofres: o
patrocinador, de um lado, e os participantes, do outro.
E essa vitrine enganadora faz vista grossa às necessidades
amiúde apresentadas, como se a ela não dissesse respeito. Vez por outra,
todavia, se vê impelida a lhes dar atenção. Porém, e infelizmente, para cuidar
das feridas expostas ao público as quais se nega a tratar, ao menos com
placebos inofensivos. Muito ao contrário, o espaço dedicado aos dependentes
espoliados contém o ranço dos prepotentes. A cada suspiro mórbido ameaçando
apelar para o judiciário, o que lhes vem via “notícias” é um arrazoado frouxo
descaracterizando qualquer vestígio da obviedade denunciada. Aí prevalece a
linguagem rude própria de cobradores truculentos. Vale até citações de
episódios em que manobras jurídicas impuseram castigo financeiro -lembrados
como troféu de guerra onde: “Mais de 4,7 mil assistidos ficaram sujeitos
à restituição de valores à Entidade, com juros e correção a depender da
decisão, referentes às tutelas antecipadas não confirmadas na sentença. Sem
falar nos custos do processo.”
Faltou dizer que, também aí, foram denunciadas irregularidades na
aplicação dos encargos financeiros estipulados em Juízo.
Portanto, senhores dirigentes da PREVI, usem as promessas de
campanha para lembrar a que vieram. É tempo de implementar medidas para minorar
o sofrimento imposto a cerca de 80.000 famílias de assistidos pelo Plano 1. Por
favor, façam jus aos ganhos exorbitantes auferidos com o dinheiro suprido por
nós, à disposição do patrocinador que avaliza suas manobras de concessão de
altos salários.
Aliás, este é um enigma que me faz pensar:
“Não sei se ganham demais porque agradam o patrão, ou
agradam o patrão porque ganham demais!”.
Curitiba (PR), 27 de abril de 2023.
Marcos Cordeiro de Andrade