PÁSCOA AMARGA
Marcos Cordeiro de Andrade
Curitiba (PR), 07 de abril de 2023.
Do sossego do meu retiro, ouso dizer que chegamos aos “tempos
modernos” rodeados de injustiças. Tanto é que, ao contrário do que deveria ser,
me entristeço em momentos de júbilo e bem-aventuranças como agora.
E o que está a me afetar, em plena páscoa do Senhor Jesus,
vai à conta da insensibilidade dos poderosos materialistas ao lidar com o
sensível problema que atinge as aposentadas oriundas do Banco do Brasil, no que
tange à discriminação reinante na concessão de rendimentos salariais entre
homens e mulheres.
É importante ressaltar que, “Segundo dados estatísticos do censo de 1920, a população brasileira à época era de 30.635.605 habitantes, dos quais 49,6% eram de mulheres.” Portanto, é estarrecedor constatar que somente quatro anos depois o “Clube do Bolinha” do Banco do Brasil abriu suas portas para receber a primeira mulher como funcionária da Empresa.
Decididamente, usurpadas em seus direitos trabalhistas no
universo machista em que são submetidas a aceitar empregos, cedo emprestaram a
mocidade ajudando na construção do País, constituindo família como mães zelosas
de dupla jornada de responsabilidades. E hoje, como recatadas senhoras
dedicadas ao lar (e por vezes aos netos), amargam o desrespeito aos seus
cabelos brancos, símbolo do avançar dos anos em direção ao fim. Desse modo,
então despojadas do conforto e segurança pelos quais pagaram e pagam até os
dias atuais, sem o retorno esperado e merecido, são tratadas feito massa de
manobra por quem as deveriam proteger – cujo pomposo nome não honra o significado
abrangente que promete – PREVI.
A despeito de tudo isso, e para abrandar o sentimento de
tristeza que carrego impotente, desejo uma boa páscoa para todos.
Marcos Cordeiro de Andrade
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