terça-feira, 12 de dezembro de 2023

PREVI - Manipulação de Resultados

 

PREVI – Manipulação de Resultados

Marcos Cordeiro de Andrade

Caros colegas,

A um desavisado que procure entender os números da PREVI com base no seu site, obviamente será levado a acreditar que tudo ali é fruto do milagre da multiplicação.  Ou de geração espontânea. Mas, o ufanismo com que o assunto é tratado encobre a realidade dos fatos. Ora, se, como ela atesta, “os recursos da Previ são provenientes, essencialmente, das contribuições pessoais e patronais”, como explicar o fabuloso e crescente patrimônio da ordem de 250 bilhões de reais, sem levar ao entendimento de que ele deve sua existência a manobras especulativas no mercado financeiro - gerando LUCROS que sua essência condena (como sociedade de fins não econômicos não pode gerar LUCRO: Art. 1º do Estatuto - “A CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL - PREVI, é uma entidade fechada de previdência complementar, sem fins lucrativos...)”.

Ainda que amparados pela legislação vigente, esses resultados são apresentados como superávits, desvirtuados pela destinação equivocada por incorporar tudo em seu caixa – ao invés da distribuição entre participantes e patrocinador por força dessa mesma legislação.

Além de negociar ações das principais empresas nacionais com finalidade lucrativa, ajustes estatutários sonegam direitos dos assistidos – causando prejuízos que alcançam a casa dos bilhões de reais - revertendo o fruto dessas impropriedades, também, aos seus cofres.

Vale dizer que essas irregularidades estão na alçada do Judiciário com pedidos de reparação - aí incluindo doação de R$ 7,5 bi ao BB; distribuição irregular de superávits; calote das parcelas do BET; cobrança de juros abusivos em operações de empréstimos com participantes; isonomia entre homens e mulheres etc.

Enquanto isso, ecoam em seus corredores manifestações de desagrado; relatos de maus tratos e discriminação aos idosos; súplicas por benefícios e reajustes justos; igualdade de tratamento na concessão do ES; obediência ao Estatuto do Idoso; descaso para com o MSU (Movimento Semente da União); abaixo-assinados reivindicatórios (um deles, contendo 36.769 assinaturas de descontentes, foi desprezado irresponsavelmente, segundo consta em publicação recente como: “A PREVI não recebe ninguém  http://www.previplano1.com.br/2022/10/a-previ-nao-recebe-ninguem_14.html .    

E os assistidos, sua razão de ser, à sombra dessa colossal riqueza sobrevivem à custa de benefícios aviltantes empurrados para o superendividamento e a deterioração da qualidade de vida. Mesmo assim, eles continuam contribuindo mensalmente para engrossar esses números – sem direito ao retorno merecido.

E a Caixa ainda encontra meios de extorquir os beneficiários com a prática de juros abusivos, posto que significativa parcela do patrimônio é aplicada em “empréstimos a participantes”, gerando LUCRO também aí.

Decisivamente, é imperativo reverter esse estado de coisas refreando a avidez pelo LUCRO e distribuindo o quinhão justo aos merecedores - estando aí a solução para superar as dificuldades financeiras comuns a todos.

A propósito, causa espanto saber que tudo isto acontece sob o olhar impassível dos dirigentes do Fundo, muitos deles eleitos por nós na triste ilusão de que cumprirão o seu dever, posto que percebem escandalosas remunerações autoconcedidas.

Por que não o fazem?

Curitiba (PR), 12 de dezembro de 2023.

Marcos Cordeiro de Andrade

- Aposentado do BB -

Matrícula nº 6.808.340-8

Participante PREVI desde 15/05/1962

www.previplano1.com.br

10 comentários:

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Me desculpe mas, DMV, seu argumento está absolutamente desenquadrado sob diversos pontos de vista: legal, atuarial, econômico, previdenciário, associativo, regimental, contábil...
Não sei de onde tirou a ideia de lucro no sentido literal.
Não entendo um revertério tão expressivo no pensamento de quem há muito lida com o tema.
A carta aberta de agora não tem nada a ver com a realidade de um fundo de pensão moderno e eficaz,
Parece um documento para fazer birra e é um deserviço aos participantes.
Cabe ao fundo ser bom gestor dos recursos dos participantes.
Performando acima da meta atuarial, o que seria impossível fazer para cobrir a ampliação da expectativa de vida sem a renda variável.
As afirmações beiram o absurdo!
Eu concordaria com afirmações sobre a falta de transparência e de prestação de contas, mas é obrigatório operar com afinco no mercado de capitais.
Sinto muito em me manifestar de forma contundente, mas em alguns momentos é melhor que os missivistas mantenham o fel dentro do próprio corpo.
Incrível. A QUEM APROVEITA?
JFRezende

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

parabens MARCOS. Disse QUASE TUDO à respeito da PREVI, só que a mesma não se manifesta e nem toma providencias. Diz o dito popular QUEM CALA CONSENTE, e a PREVI SEMPRE CALADA, MESMO DIANTE DOS MAIS JUSTOS APELOS dos associados (assistidos?), então todos nós devemos dar-te razão. Sempre dei razão ao REZENDE, mas de agora em diante NAO (era um dêles, mas agora digo que o Rezende dele é outro) Saudações afonso rezende borges

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Prezado Rezende,
Sua intransigência na defesa da PREVI já se tornou um lugar comum, sabe-se lá com que propósitos. Sempre que se pede por nossos aposentados e pensionistas, você se apressa em acionar a metralhadora verborrágica cuspindo decoreba tecnicista. Esse manifesto, que não é do seu agrado, bem poderia esperar que amornasse no conhecimento público antes de açodar a desqualificação. Por deferência, lhe mandei o texto às 19:58 do dia 12/12, e já aos 22 minutos da madrugada seguinte o repique ocupava as Redes da Internet com ofensas dispensáveis:
“Parece um documento para fazer birra e é um desserviço aos participantes.”
“As afirmações beiram o absurdo!”
“...em alguns momentos é melhor que os missivistas mantenham o fel dentro do próprio corpo.”
“Incrível. A QUEM APROVEITA?”
Tal postura desagrada e prejudica a todos nós, aposentados e pensionistas do Banco do Brasil.
Que mal lhe fizemos?
Bem diz o ditado que “quem não pode ajudar, não atrapalha.”
POR QUE NÃO TE CALAS?
Marcos Cordeiro de Andrade

Tereza Fleury disse...

aplaudo.sua resposta ao Sr Rezende,
cujo texto beira o absurdo a todos nós.....nao sei com que proposito.

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Não posso me furtar em cumprimentar o colega Marcos Cordeiro pela sua brilhante publicação acerca das abusivas arbitrariedades cometidas pela Previ, o que tem nos prejudicado sobremaneira, inclusive se negando a atualizar nossos vergonhosos benefícios, sob a falsa alegação de que o Estatuto não permite. Ora, qualquer que seja o regulamento - Estatuto, lei, e até mesmo a sagrada Constituição Federal - pode sim, sofrer alterações, atualizando-o à realidade atual. Portanto insisto na atualização desse arcaico Estatuto! Milhares de colegas que ao longo de sua vida laboral contribuíram e continuam contribuindo, com sacrifício, para a formação desse milionário patrimônio, encontram-se em precária situação financeira, e vendo seu dinheiro bloqueado injustamente e pior, sob uma administração nada satisfatória e que não beneficia com justiça de seus legítimos proprietários. O colega Presidente da AAPREVI, aliado a inúmeros outros nessa mesma faixa de idade - inclusive eu que me ingressei no BB poucos dias antes do colega Marcos - em 16/04/62 - somos testemunhas dos atos abusivos cometidos pela nossa Caixa de Previdência, em prejuízo de quem com sacrifício formou esse fabuloso bolo financeiro. Parabéns, colega Marcos Cordeiro. Geraldo Vaz de Mesquita, posse no BB em 16/04/62.

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Que pena!
Por enxergarem de pontos de vista diferentes, dois de nossos baluartes da defesa dos interesses dos aposentados, estão se perdendo em discussões ácidas, desnecessárias, desgastantes, que deixarão em seu rastro apenas mágoas e frustrações.

Um deles, octogenário lúcido e brilhante, focando nas necessidades dos beneficiários, luta junto à Previ por benefícios mais condizentes com a realidade em que vivemos, para mitigar as dificuldades financeiras de muitos que ajudaram, ao longo da vida, a formar esse patrimônio gerenciado por pessoas insensíveis que só enxergam o próprio umbigo.

O outro, de geração mais nova, e talvez mais impetuoso por isso, cabeça mais moderna e de formação acadêmica mais primorosa e mais contemporânea, vê na preservação do patrimônio a base fundamental para que se garanta ao último participante os seus direitos pré-estabelecidos.

Ou seja, o primeiro acha que dá para se repartir um pedaço do bolo enquanto todos estão à mesa. O outro acha que o bolo não deve ser dividido agora, e que o açodamento de hoje poderá, no futuro, resultar em prejuízos para os remanescentes do grupo.

Visão humanista de um lado e visão técnica de outro. Mas não antagônicas, a ponto de causar divergências e dissidências no grupo!

Marcos e Rezende, por favor! Vocês, juntamente com o Faraco, a Daisy, o Andretta, o Macilene, o Brandão e outros colegas abnegados que se manifestam por aqui, são a luz do nosso grupo!

Não se dispersem para que não nos dispersemos!

Continuemos unidos e batalhemos, nas próximas eleições, para elegermos dirigentes competentes e vocacionados a atender os interesses da coletividade, e não apenas os seus próprios!

Anselmo-São Paulo

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Parabéns Anselmo. Muito lúcido nas suas considerações.
Eliane Fanaia

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Boa tarde, amigos!

Anselmo, você foi brilhante em sua análise e em seu intento de pacificação. Oxalá seja entendido e atendido em seu apelo.
Há muito a ser feito. Eleições à vista! O que nos divide não pode ser maior do que aquilo que deveria nos aproximar. Nossos adversários estão em campanha.
Abraços!

Geraldo Bonetti - Aposentado - Rioi das Pedras SP

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Prezado Anselmo
Gostaria de expressar minha gratidão por sua manifestação.
Que fique absolutamente claro que manifesto minhas opiniões sem qualquer agenda oculta.
Uma questão que considero definitiva: não é possível ser humanista sem ser técnico, principalmente face a um gigantesco patrimônio comum.
Boas intenções não nos levarão a lugar algum. Aliás, a sabedoria popular aponta um lugar provavelmente bem pouco agradável como depositário de boas intenções.
Já foi muitas vezes demonstrado que não há sobras atuais e pouquíssima chance de existirem no futuro.
Ao contrário, com o aperfeiçoamento da medicina a tendência é a expectativa de vida aumentar e impactar a necessidade de mais reservas.
Muito objetivamente: propor distribuições fora de hora significa ou que poderá vir a faltar dinheiro ou que as pessoas não poderão viver mais e melhor. (vixe ...)
Infelizmente se estabeleceu um tipo de canto do cisne, onde os mais antigos se apegaram à ideia de que a Previ tem a obrigação de maximizar rendimentos enquanto estão vivos.
Pk, o ser humano é mesmo utilitarista
Mas, não é nem compativel nem admissível frente à dinâmica de gestão de um plano BD.
E mais: qualquer postulação jurídica frente à Previ, que vise direitos difusos de um subgrupo, é danosa ao patrimônio conjunto. Todos perdem para poucos prevalecerem.
Enquanto nos preocupamos com questões pontuais as coisas vão acontecendo nos corredores da Previ.
Inclusive a ideia lunática de uma nova "sede" em Brasília.
É um festival de palpites: por exemplo, mostrem o registro imobiliário do Mourisco no CNPJ da Previ. Se existir, é um descalabro completo pois a Previ não deve imobilizar nada. Se há sobra de dinheiro, deve devolver aos participantes, inclusive ao Banco.
Bem... como sempre, já falei além da conta.
De resto, enquanto puder, lutarei o bom combate.
Meus respeitos e considerações.
JFRezende

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Realmente, dois baluartes na luta em defesa de nossas Instituições. No momento, visões antagônicas sobre o mesmo assunto. Desejo que esse antagonismo acabe e se chegue a um lugar comum. Nós, desse Grupo, sempre bebemos da fonte da sabedoria, equilíbrio e conhecimento dos dois e de outros que aqui militam. Não vou opinar quem tem razão mas, espero que filtradas as duas opiniões, o desfecho seja em prol de nós, aposentados e pensionistas e para o bem da PREVI.
Edival Caldas.