sábado, 18 de maio de 2024

A mesquinhez da PREVI

 

A mesquinhez da PREVI

Marcos Cordeiro de Andrade

Curitiba (PR), 18 de maio de 2024.

 

Perdoem-me a franqueza, mas digo com todas as letras que a PREVI está sendo mesquinha ao fazer cortesia com o chapéu alheio.

Isto porque, em meio à tragédia que estarrece o mundo, a ajuda humanitária se faz presente para, ao menos, minorar o sofrimento dos gaúchos, atingidos com perda de bens e de vidas. Mas parece que o nosso Fundo de Pensão minimiza o alcance da devastação ainda em andamento.

Além de víveres e remédios, impera a necessidade da recomposição do patrimônio esfacelado, já que as vidas ceifadas estão entregues nas mãos de Deus. E essa recuperação material somente se dará com dinheiro. Muito dinheiro. Assim é que, enquanto caridosos anônimos sacrificam o pouco que têm integrando a cadeia de solidariedade formada neste imenso País, o nosso Fundo de Pensão, dono de invejável patrimônio na casa de 274 bilhões de reais, estufa o peito e, demagogicamente, alardeia que suspendeu o pagamento de seis prestações do Empréstimo Simples contraído pelos mutuários do RS. Talvez ela não saiba que nem todo gaúcho é filiado à PREVI, assim como nem todo filiado é mutuário desse Empréstimo Simples.

Ridículo isso. E vexatório.

Também, esquece a PREVI que a ajuda não pode ser discriminativa, muito menos elitista. Ainda mais se compararmos o quanto isso representa em números retirados de patrimônio (que não lhe pertence, é bom dizer). Poderia, e deveria, estender as mãos em direção às populações atingidas e, se pretende agradar à comunidade financeira que lhe lambe as botas, lembre-se que primeiramente tem que agradar e dar satisfações aos seus assistidos que pagam horrores aos dirigentes para trabalhar com lisura nos atos praticados.

Para justificar a revolta. Me dou ao trabalho de fazer um pequeno exercício de cálculo usando aritmética simples.

Suponhamos que toda a população do RS seja participante da PREVI, e que a metade deva o ES, pagando a mensalidade máxima de 3 mil reais, teremos a equação:

População do RS = 10.880.506 habitantes. (*)

50% dela = 5.440,253.

5.440.253 vezes R$ 3.000,00 = R$ 16.320.759.000,00 (pouco mais que o superavit de 2023 - R$ 14.5 bilhões (**)

É quanto ela retiraria do patrimônio de R$ 274 bilhões, apesar de que, nós que não somos residentes no RS ficamos no ora veja.

Então eu pergunto: 3.000 reais durante 6 meses dão para reconstruir o quê?

Talvez o muro da casa que foi levada pelas águas.

Finalizando, digo que para agir com coerência, mesmo metendo a mão no que não lhe pertence, vale a intenção de socorrer as vítimas da catástrofe, mas, ou faz doações a todos os atingidos, ou estende a decantada “suspensão” a todos os devedores do famigerado ES.

É como eu penso.

Curitiba 18 de maio de 2024.

Marcos Cordeiro de Andrade

Participante PREVI desde 15/05/1962

Matrícula nº 6.808.340-8

cordeiro@marcoscordeiro.com.br

www.previplano1.com.br

http://www.previplano1.com.br/2024/05/a-mesquinhez-da-previ.html

(*) Dados extraídos do site do IBGE.

(**) Dados extraídos do Relatório PREVI de 2023.


Um comentário:

Marcos Cordeiro de Andrade disse...

Caros colegas.
O gentil Dr. Medeiros publicou esta matéria no seu blog. Por favor, acessem:

https://medeirosrs.blogspot.com/